Pro 11 - Módulo IV


O mito de prometeu, descendente da antiga geração de deuses destronados por Zeus,

sabia que no seio da terra dormia a semente dos céus e da mistura dela com argila e água formou ma imagem à semelhança dos deuses, senhores do mundo. Prometeu mostrou à Atenas, deusa da sabedoria, a obra que ele havia criado e ela insuflou naquela imagem o sopro divino, que animou a criatura.

Criatura pouca apta ao tipo de vida que levava, comportava-se como animal, mas sem
dispor de um corpo e organismo adaptados como dos animais. Mesmo assim vivia como animal, com todas as sua desvantagens. Até que Prometeu, apiedando -se de sua criaturas ensinou-as a domesticar os animais, a cultivar a terra, a arte de forjar o ferro e a técnica de preparo de objetos através da fundição de metais; ensinou -os também a técnica de construção de navios; a preparar remédios para combater as doenças, enfim, Artes, Ciências, a escrita e tudo que os levassem a tornar-se independentes. E tudo isso graças ao fogo que ele roubou dos deuses (da carruagem de Apolo) para dar as suas criaturas (aos humanos). E daí emergiu a civilização como produto dessas transformações. Zeus,obviamente, ficou furioso e se sentiu ameaçado em seu poder, em sua soberania (ou tirania). Decidiu-se castigar Prometeu por este ter violado seus preceitos, seus interditos.

Castigou não só a Prometeu como a toda humanidade dando a ela todos os males: um presente de grego, ou melhor, de deuses, trazido por Pandora (“a que possui todos os dons”).

No penhasco da montanha de Cáucaso, junto de um terrível abismo, na solidão do deserto

da Cítia, o filho de titãs é acorrentado por correntes inquebrantáveis feitas por Hefesto a mando de Zeus. Hefesto, deus do fogo e mestre de todas as artes e ofícios que fazem uso deste elemento:
que também era parente de Prometeu e de quem gostava muito, não cumpriu tal ordem senão com extremo desgosto, vigiado por Crato e Bia (a força e violência).

Prometeu, a quem Zeus submeteu a tão cruel castigo, que apesar da dor que sentia, tendo

seu fígado devorado todo o dia por uma águia, permaneceu impassível ante as ameaças de

Zeus; não se deixou abater pela dor do d esespero, do suplício, da fraqueza ante as adversidades, senão para afirmar-se na verdade de seu ato de suprema coragem e consolidar as idéias por ele defendido. Não se intimidou diante do Poder e fez sobressair à sabedoria, a inteligência e a astúcia:

– fiel acompanhante da prudência. Seu ato não é de inconseqüente bravura, mas, sobretudo ,de profunda sabedoria das necessidades e do conhecime nto que se tem que ter para que em vias das circunstâncias que nos impõe limites, possamos superá -los, rompê-los; e isto é possível por meio do emprego da inteligência; do engenho e da arte por meio do s quais o ser afirma a sua supremacia e supera a escravidão das necessidades impostas pelo ambiente para, transcendendo -os, criar através do fazer humano, do atuar humano, do interagir do homem com a natureza sob nova perspectiva da consciência da singularidade humana que se descobre em sua existência,em seu estar lançado no mundo e assume a sua própria identidade e a re sponsabilidade de fazer sua História, sua moral, sua Política, sua Ética, sua Economia, sua Arte, sua Ciência e Tecnologia,tudo isso, segundo – o seu ato de pensar e de fazer que não é pronto e não pode ser determ inado por destino e por deus nenhum e -principalmente pela cumplicidade comodista, conservad ora, Oportunista e acima de tudo alienada e alienadora (em diversos matizes de mascaramen to) da classe espoliada e mantida acorrentada nos grilhões da ignorância, da incultura, do Não -saber, da alta de conhecimento que só favorece aos deuses (tiranos do Poder). As correntes de Zeus com
que Prometeu é preso representam o ódio dos deuses ao sab er em poder do outro e o medo que eles têm de os homens se assemelharem aos deuses, e Prometeu concede isso aos homens e que só não são deuses porque lhes faltam a imortalidade. Mesmo assim os homens encontram na arte, na criação uma forma de atingir à imo rtalidade: criar é querer ser imortal, é querer escrever na História Universal a marca da singularidade que quanto mais autêntica esta for, quanto mais esta aspirar à totalidade do real e a este se fundir, afirmando sua consciência plena, ativa, tanto mais próximos estaremos da universalidade da verdade. O mito de Prometeu é a expressão m áxima da coragem, da ousadia (que tem poder e genialidade, ouse fazer e o poder lhe será dado,diz Goete) da transcendência que para se realizar teve em Prometeu o ímpeto, a fúria de tudo que é livre, de tudo que é puro, de tudo que é verdadeiro, de se rebelar, de se revoltar, de se insurgir,de vir de dentro para fora contra tudo que nos limita, nos escr aviza e nos aprisiona numa redoma de mediocridade, imposta por uma classe dominante, classe de Poder (Zeus e seus bajuladores,protegidos e beneficiados) que não querem perder o
status quo. O direito e a moral que esses grupos alegam ter ou ser o caráter de verdade universal, quando, “em verdade voz digo” não representam mais que os interesses dessas classes de poder.





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