TELEVISÃO E DEMOCRACIA
KARL POPPER
«A democracia consiste em submeter o poder político a um controle. É essa a sua característica essencial.
Numa decmocracia não deveria existir nenhum poder político incontrolado.
Ora, a televisão tornou-se hoje em dia um poder colossal; pode mesmo dizer-se que é potencialmente o mais importante de todos, como se tivesse substituído a voz de Deus. E será assim enquanto continuarmos a suportar os seus abusos.
A televisão adquiriu um poder demasiado vasto no seio da democracia. Nenhuma democracia pode sobreviver se não se puser cobro a esta omnipotência. E é certo que se abusa deste poder hoje em dia, nomeadamente na Jugoslávia, mas esses abusos podem ocorrer em qualquer sítio.
O uso que se faz da televisão na Rússia é igualmente abusivo. A televisão não existia no tempo de Hitler, ainda que a sua propaganda fosse organizada sistematicamente com um poderio quase comparável.
Com ela, um novo Hitler disporia de um poder sem limites.
Não pode haver democracia se não submetermos a televisão a um controle, ou, para falar com mais precisão, a democracia não pode subsistir de uma forma duradoura enquanto o poder da televisão não for totalmente esclarecido. De facto, os próprios inimigos da democracia apenas possuem uma débil consciência desse poder. Quando tiverem compreendido verdadeiramente o que podem fazer com ele, utilizá-lo-ão de todas as formas, inclusivamente nas situações mais perigosas. Mas então será tarde de mais. É agora que devemos tomar consciência desse risco e submeter a televisão a um controle através dos meios que indiquei.» (Karl Popper)
Televisão e Democracia
Quando vemos televisão julgamos ver a realidade quando o que temos perante nós não passa de uma ilusão electrónica.
Mas para muitos espectadores a televisão é o mundo real. Grande parte das pessoas dizem: “Só é realidade se passar na televisão”. Para algo ser real necessita da confirmação da imagem da televisão.
Os meios de comunicação tiveram, alegadamente, como base um princípio extremamente meritório: tornar acessível à maioria das pessoas informações que de outro modo lhe estariam totalmente vedadas ou seriam de difícil acesso. Contudo, esta capacidade, ou poder, de viabilizar o direito à informação tem associado um outro poder, que é tudo menos meritório: o de controlar a informação divulgada. Este risco de manipulação informativa é tanto maior quanto os detentores deste poder não estão de modo algum sujeitos ao controlo dos interessados, do público em geral.
Contribui a televisão para a melhoria do nível intelectual, cultural e educativo e artístico dos espectadores? Para um aprofundamento da democracia através do alargamento do debate e da pluralidade de ideias e opiniões? Não só a resposta para todas estas questões é negativa, como a televisão contribui geralmente para agravar uma educação e cultura deficientes.
“ignorância é força, guerra é paz, liberdade é escravidão” – e, agora, televisão é comunicação.
A comunicação social realmente existente, no seu sentido verídico e não invertido, implica reciprocidade, implica a impossibilidade de alguém, entidade ou indivíduo, exercer um poder incontestável na sua manifestação imediata.
«Há outros media cuja função social básica é distrair. O objectivo desses media é embotar os cérebros das pessoas. Claro que estou a simplificar mas para 80% o que lhes interessa sobretudo é distrair as pessoas. Levá-las a ver a Liga de Futebol, a interessarem-se por assuntos bizarros ou por aquilo que se apanha nas prateleiras dum supermercado, ou pelo horóscopo ou por coisas fundamentalistas. Ou seja o que for, sabem que as desvia do que interessa e fazer isso importa reduzir a sua capacidade para pensar.
A secção desportiva é tratada noutro departamento especial. O jornalista desportivo tem de ser um especialista dos desportos. Ele tem de obter a sua história em cima do acontecimento desportivo.»
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Não existe democracia sem imprensa livre: é direito de todo cidadão informar-se para construir um pensamento autônomo e crítico diante da realidade. Isso não significa, no entanto, que a mídia (tomo esse termo, livremente, como sinônimo de imprensa neste artigo) seja a guardiã da verdade ou uma justiceira incansável a serviço do bem coletivo. É preciso desmitificar, de uma vez por todas, a lógica do "deu na televisão", do "saiu no jornal", do "ouvi no rádio" ou do "li na internet" como sinônimo de credibilidade.
Coitados dos que não tem TV cabo.
Começou o Horário Eleitoral GRATUITO!!!
O programa que faz parte do jogo da democracia.
Democraticamente o Hotário Eleitoral é OBRIGATÓRIO, assim como o VOTO.
E viva a democracia feita da burrice alheia!!!!!
O problema da população…
Críticas à Política Portuguesa…
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