Correção dos exercícios de aplicação 16-10-2013
Grupo I
VERSÃO A
A – 4
B – 3
C – 3
D - 3
|
VERSÃO B
A – 3
B – 2
C – 2
D – 1
|
Grupo II
1.
Se existe algo de comum entre as ciências e as filosofias é que ambas
“respondem a questões levantadas pelo real.” De facto o mundo em que vivemos e
a sua compreensão é tarefa tanto das ciências como da filosofia, embora o façam
de acordo com procedimentos
metodológicos diferentes. No entanto, algo distingue estes dois tipos de
conhecimento. E essa distinção situa-se ao nível das respostas dadas quer por
umas quer por outras. Assim “as ciências oferecem soluções… que anulam e desfazem
a questão levantada”. As respostas da ciência são aceites unanimemente pela
comunidade cientifica pelo que se constituem como soluções dos problemas. ,
exigem respostas concretas, que podemos verificar experimentalmente ou através
do recurso a documentos que comprovam a sua verdade ou falsidade. Por vezes,
estas respostas anulam a própria questão.
As
filosofias oferecem ”respostas“ que “ nos permitem conviver com elas “. Quer
isto dizer que as respostas em filosofia são abertas e, sejam elas quais forem,
valem o que valerem as razões que as sustentam e só serão de aceitar se os
argumentos forem convincentes. Daí que “ nunca deixaremos de nos perguntar pelo
tempo ou pela justiça nem rejeitaremos como(… )resolvidas as respostas dadas a
essas questões por filósofos anteriores.” Por isso somos confrontados com
formas, às vezes, tão diversas de
encarar e de responder à mesma questão
2. A
questões filosóficas são as b) e c) .As questões filosóficas são de natureza
teórica, decorrem do pendor especulativo do ser humano e não revestem um
carácter imediatamente utilitário. Aparentemente poderíamos bem sobreviver sem
elas, sobretudo se nos limitássemos a realizar o “homem biológico e
utilitário”. As questões filosóficas são formulada em termos abstratos e
gerais. O pensar filosófico é radical no sentido de um aprofundamento das
questões e de uma ultrapassagem do óbvio e do superficial. As científicas são
as a) e d), são concretas e objetivas… As questões científicas são objetivas,
concretas, referem-se a aspetos parcelares do real, exigem respostas
concretas, que podemos verificar experimentalmente ou através do recurso a
documentos que comprovam a sua verdade ou falsidade.
3. Tomar
posição sobre a questão colocada. Problematizar a noção de que o objeto de estudo
da filosofia não pode ser definido com exatidão, mas podemos referir que a filosofia estuda conceitos.
O seu método é a argumentação: discussão de ideias ou troca de
argumentos que se faz recorrendo à reflexão.
4. Sim,
porque a filosofia é uma atividade crítica que faz recorrendo a argumentos que
sustentam os nossos pontos de vista. A filosofia leva-nos a adotar uma atitude
crítica por que nos convoca a examinar as nossas crenças e preconceitos mais básicos.
Muitos deles recebemo-los de forma acrítica do meio social em que nos inserimos
através da educação. Ser crítico é saber avaliar os nossos preconceitos mais
básicos; pensar livremente; ter abertura de espírito. Olhar com imparcialidade
para todas as ideias . Sustentar o que defendemos com bons argumentos e aceitar
discutir os nossos argumentos. No entanto
ser crítico não é dizer mal nem ser diferente, pois podemos ser críticos e
seguir as convicções da maioria.
5. Os
filósofos, ao longo dos séculos, têm proposto teorias que tentam resolver os
problemas filosóficos. Essa teorias não são mais do que os seus pontos de vista
relativamente aos problemas por eles identificados e que lhes suscitam
reflexão. Alguns desses problemas são intemporais… outros são fruto da época em
que o filósofo vive e, por isso, vão acompanhando o processo de desenvolvimento
humano. Essas teorias apoiam-se em argumentos, ou seja, os filósofos constroem
argumentos (justificações) que defendem os seus pontos de vista. Mas tudo isto
se faz essencialmente com o pensamento, porque embora a identificação dos
problemas esteja relacionada com a realidade em que o filósofo se encontra, a capacidade
de formular teorias e de argumentar é essencialmente conceptual.
6. A
filosofia é, por vezes, considerada como um saber inútil, no sentido em que ela
não visa constituir saberes utilitários, não se traduz em instrumentos técnicos
nem em bens materiais. Por isso, o senso comum afirma a sua inutilidade. A filosofia é um saber que se caracteriza mais pela inquietação e
questionação permanentes, pela dúvida e pela incerteza do que pela
adesão aos saberes feitos. Contrariamente à atitude do homem comum que se
caracteriza pela passividade e aceitação das ideias feitas e do conformismo com
as tradições e crenças recebidas, a
atitude filosófica é a do homem que se inquieta e que reflete sobre o
sentido das coisas, põe em causa e submete a exame crítico as tradições,
crenças e preconceitos recebidos acriticamente. Por outro lado, apesar
de a filosofia, tal como muitos conhecimentos das diversas ciências, não ter
uma utilidade prática ela aumenta em muito a nossa capacidade de compreensão do mundo, dos outros e de nós
próprios possibilitando-nos uma mudança nas nossa vidas, tornando-nos seres
humanos melhores. Permite-nos também melhorar as nossas capacidades
argumentativas, úteis em diversas áreas. A filosofia é útil para a vida pública
de um país na medida em que nos ensina apensar melhor. Ficamos com uma
capacidade acrescida para avaliar e discutir ideias, argumentos e problemas. Só
assim aprendemos a formar e a defender pontos de vista próprios, a desenvolver
um pensamento autónomo e a não obedecer cegamente, a não se deixar manipular.
Tudo isto se traduz na aquisição de uma
sabedoria de vida indispensável ao homem.
FIM
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