A filosofia ao contrário do que muita gente pensa, é uma ciência. Ao contrário do método científico, em que o resultado é afirmações abstractas para um certo domínio, no método filosófico não se visa um conjunto de afirmações abstractas sobre esta ou aquela parte da realidade, mas sim a capacidade do sujeito humano para a apreensão concreta dos nexos entre conhecimento e realidade. Como diz Thomas Nagel “ A filosofia faz-se colocando questões, argumentando, ensaiando ideias e pensando em argumentos possíveis contra elas, e procurando saber como funcionam realmente os nossos conceitos.”. Nagel nesta frase acaba por caracterizar muito bem o que é o método filosófico, ou seja no método filosófico primeiro, surge uma questão, depois ensaiam-se ideias e argumentos possíveis, em seguida testa-se os mesmos argumentos, posteriormente formulam-se contra-argumentos e finalmente faz-se uma conclusão plausível, enquanto o método científico assenta na observação, na formulação de ideias, numa ...
Na passada aula de Filosofia do dia 22 de Fevereiro de 2011, começamos a aula com uma revisão dos conhecimentos chave relativamente ao tema do conhecimento e da racionalidade científica e tecnológica como o conhecimento que é o acto pelo qual o sujeito apreende o objecto ou representa o objecto; o sujeito cognoscente que não é um sujeito real; empírico, uma pessoa identificável, mas sim um sujeito gnosiológico, entendido com o que apreende ou que representa o objecto; o objecto conhecido que é tudo aquilo que é susceptível de ser apreendido ou seja é o ser em si; e a representação que é o resultado do acto de conhecer em que o objecto é apreendido na forma de imagem e não na sua forma física.
ResponderEliminarApós esta revisão dos conceitos, passamos á execução de alguns de alguns exercícios para a consolidação da matéria dada.
De seguida passamos a abordar a temática referente á percepção e á interpretação da realidade, onde ficamos a perceber que esta é afectada pelas vivências e valores de cada um e que neste processo de percepção e interpretação da realidade é necessário termos presente o conceito de linguagem que é o que nos permite reflectir sobre aquilo que apreendemos.
Para melhor compreendermos isto, é necessário entendermos a relação entre o conhecimento e a realidade, no entanto é difícil definirmos a realidade dado que esta nos é dada na experiência em geral e que esta constitui algo estável e permanente. Para Kant o conhecimento da realidade é limitado pelo espaço e pelo tempo impossibilitando-nos assim o conhecimento do númeno.
A realidade relaciona-se com a linguagem assim como também se relaciona com o pensamento sendo estes elementos indissociáveis no conhecimento do mundo, na reflexão sobre o conhecimento e na comunicação dos seus resultados.
Apesar de todas estas relações ainda é necessário a definição do conhecimento como sendo a experiencia necessária á realidade.
Tendo em conta que existem 3 tipos de conhecimento:
- o saber-fazer;
- o saber-que (que é de carácter geral);
- e o conhecimento por contacto.
Um bom exemplo da aplicação destes 3 tipos de conhecimento é o quadro da autoria de Picasso “Músicos com Máscaras” em que o saber tocar representa o saber fazer, onde assistir pessoalmente a um concerto que representa o conhecimento por contacto e onde o saber que é representado pela noção de que a música é uma arte de ouvido.
Porem na definição tradicional o conhecimento é tido como uma crença, algo subjectivo.